terça-feira, 20 de maio de 2008

O presente

"Um rico resolve presentear um pobre por seu aniversário
e ironicamente manda preparar uma bandeja cheia de lixo e sujeiras.
Na presença de todos, manda entregar o presente,
que é recebido com alegria pelo aniversariante,
que gentilmente agradece e pede que lhe aguarde um instante,
pois gostaria de poder retribuir a gentileza".
Joga fora o lixo, lava e desinfeta a bandeja, enche-a de flores,
e devolve-a com um cartão, onde está a frase:
"A gente dá o que tem de melhor."
William Shakespeare

sábado, 22 de março de 2008

Frases

'Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra.'
William Shakespeare

'God, grant me the serenity to accept the things I cannot change, the courage to change the things I can, and the wisdom to know the difference.'
Reinhold Niebuhr

'Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.'
William Shakespeare

'Aceita o conselho dos outros, mas nunca desistas da tua própria opinião.'
William Shakespeare

sábado, 8 de março de 2008

Cinco regras para uma Comunicação eficaz


1. Tipos de letra: Quanto menos melhor. Não quer dizer que não possa usar 3 ou 4 tipos diferentes, mas serão provavelmente para transmitir uma idéia diferente ou para criar uma separação. Diria que se eu tenho um título - ou no caso de uma apresentação vários títulos - tentarei manter sempre o mesmo tipo de letra para este título. Num corpo de texto, vou manter sempre o mesmo tipo de letra nunca mudando subitamente, apenas mudando para itálico ou bold para dar ênfase a algum ponto. Uma revista, ou publicação com muitas páginas, pode permitir vários tipos de letra. Já um cartaz ou uma área de uma página com muitos tipos de letra vai apenas servir para distrair e confundir o leitor/ observador. Menos é melhor. Ainda em tipos de letra: Não escrever em MAIÚSCULAS. NUNCA! DIFICULTA A LEITURA E PARECE QUE ESTAMOS A BERRAR COM O LEITOR. Horrível não é?

2. Não usar excessivamente imagens e "clip-art". Sim é giro, tem piada, mas se usado para transmitir uma mensagem ou dar ênfase à mesma é mais útil do que apenas como decoração. Aquele ursinho pode ser amoroso, mas garanto que nada tem a ver com a apresentação da empresa acerca dos seus resultados trimestrais! Isto inclui fundos... fundos lisos ou menos confusos vão dar destaque ao que está em cima deles. Afinal não passa disso: um fundo! Em vez de usar dez imagens pequenas, talvez obtenha melhores resultados usando uma ou duas grandes. Em vez de usar três ou quatro imagens de tamanhos diferentes, talvez as consiga pôr todas com o mesmo tamanho e com uma moldura à volta, para as destacar do fundo e do texto. Dá consistência ao texto e facilita a leitura. Resumindo, as imagens têm um propósito para além de decoração. Se não ajudarem a comunicar a mensagem, talvez não devessem lá estar.

3. Adapte o tamanho da letra ao tamanho da frase. Há quem diga que alfabeto e meio (39 caracteres) é o comprimento ideal de uma frase. Apesar de nada impedir que a frase seja maior ou mais pequena, será talvez um bom princípio para verificar se o arranjo gráfico parecer "esquisito" e não se consegue perceber porque. Usar apenas quatro ou três palavras por frase vai dificultar a leitura. Usar 40 ou 50 palavras por frase vai cansar o leitor. Estou obviamente a falar de um cartaz, cartão ou convite, ou até de uma apresentação. É óbvio que um livro ou artigo numa revista é diferente! Aí a mensagem é composta de muitas palavras.

4. Deixe espaço em branco, sem nada, limpo, zilch, nickles. Sim, eu sei que é estranho, mas há poucas coisas que contribuam mais para a comunicação de uma mensagem do que aquele espaço à volta da própria mensagem. Ao mesmo tempo que leva os olhos à mensagem, também lhes dá um descanso, um espaço para respirar depois de ler a mensagem, uma pausa. A pausa que poderá fazer a diferença entre fixar a mensagem... ou não. As margens à volta de um texto ou imagem devem ser uniformes e de medidas iguais para novamente ajudar os olhos do leitor na leitura da mensagem. Regra geral, um texto com muito espaço à volta transmite uma ideia de riqueza, elegância e prestigio. Uma página carregada transmite pobreza, barato ou amadorismo. Um exemplo, para quem se lembrar, são os anúncios "Think different." da Apple. Pouco texto, muito espaço, uma foto. Elegância, riqueza, exclusividade.

5. Alinhamento. Tudo numa página, cartaz, convite ou apresentação deve alinhar com qualquer coisa. O título deve alinhar com o texto. A fotografia deve alinhar com o título. O desenho deve alinhar com o texto. Enfim, alinhar tudo. O uso de uma rede poderá facilitar este alinhamento. Acho errado manter tudo centrado, mas também não convém andar a alinhar texto à esquerda, à direita, ao centro, acima e abaixo. Se mantiver as coisas alinhadas umas com as outras, vai ver que a pouco e pouco vai começar a perceber aquilo que estou a dizer.

* parte do texto de Martim Weinstein.

sábado, 1 de março de 2008

Habilidades do jornalista de web


O jornalista José Antonio Meira Rocha, professor de jornalismo online em Porto Alegre (RS), listou as habilidades inerentes ao novo profissional de comunicação.

1. Ler muito, inclusive em inglês.
2. Escrever bastante.
3. Pesquisar na internet e relacionar as informações encontradas.
4. Operar planilhas e editores de texto.
5. Operar programas de email e messengers.
6. Participar de diversos fóruns e listas de discussão.
7. Fotografar, manipular as fotos em programas específicos, distribuir as fotos em fotologs.
8. Fazer e editar vídeos em celular ou câmeras domésticas, publicar e embutir estes vídeos em páginas Web.
9. Gravar entrevistas com seu MP3 player ou celular.
10. Editar áudio digital e fazer podcast.
11. Contratar e instalar serviços em hospedagem internet (CMS, blogs, sistemas de workgroup, fóruns, galerias de fotos).
12. Gerenciar um sistema gerenciador de conteúdo (CMS), blog, fórum.
13. Conhecer HTML o suficiente para fazer links ou modificar templates e skins.
14. Usar sistemas de anúncios tipo AdSense.
15. Assinar e gerenciar uma enorme lista de feeds RSS sobre sua especialidade.
16. Trocar arquivos em sistemas peer-to-peer ou de troca de grandes arquivos.
17. Fazer mashups, mapas e modelos 3D com Google Maps, Google Earth e Google SketchUp.
18. Gerenciar, com diplomacia, comunidades de leitores.
19. Resolver pepinos e abacaxis em seu computador.
20. Estar sempre antenado com as tendências das mídias digitais.

fonte: www.jornalistasdaweb.com.br

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Os cem erros mais comuns


Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como ocorrem com maior freqüência, merecem atenção redobrada. Veja os cem mais comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles.

1 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.


2 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.

3 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.

4 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.

5 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.

6 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.

7 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.

8 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.

9 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.

10- "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.

11- Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.

12- Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.

13- O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.

14- Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).

15- Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.

16- Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.

17- Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.

18- "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.

19- "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.

20- Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.

21- Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.

22- Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.

23- Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.

24- O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.

25- A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.

26- Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.

27- "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.

28- Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.

29- A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.

30- Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.

31- O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).

32- Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?

33- "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.

34- O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.

35- Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.

36- "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.

37- A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.

38- A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.

39- Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.

40- Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.

41- Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.

42- "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.

43- Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.

44- Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.

45- Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.

46- Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.

47- Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.

48- O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.

49- As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.

50- Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").

51- Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.

52- Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.

53- A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.

54- Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.

55- Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.

56- Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

57- O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.

58- À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.

59- Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).

60- Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.

61- A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)

62- Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.

63- Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.

64- Fique "tranquilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.

65- Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.

66- "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.

67- Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.

68- Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.

69- Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").

70- Vou sair "essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).

71- A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.

72- A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.

73- Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.

74- Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.

75- Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.

76- Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.

77- Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.

78- Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.

79- Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.

80- O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.

81- A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...

82- Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.

83- Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.

84- "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.

85- A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).

86- Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).

87- O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.

88- Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.

89- "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).

90- A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").

91- O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.

92- "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.

93- A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.

94- É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...

95- Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").

96- Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.

97- A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.

98- "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...

99- Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.

100- "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Os 10 erros mais graves


Alguns erros revelam maior desconhecimento da língua que outros. Os dez abaixo estão nessa situação.

1 - Quando "estiver" voltado da Europa. Nunca confunda tiver e tivesse com estiver e estivesse. Assim: Quanto tiver voltado da Europa. / Quando estiver satisfeito. / Se tivesse saído mais cedo. / Se estivesse em condições.

2 - Que "seje" feliz. O subjuntivo de ser e estar é seja e esteja: Que seja feliz. / Que esteja (e nunca "esteje") alerta.

3 - Ele é "de menor". O de não existe: Ele é menor.

4 - A gente "fomos" embora. Concordância normal: A gente foi embora. E também: O pessoal chegou (e nunca "chegaram"). / A turma falou.

5 - De "formas" que. Locuções desse tipo não têm s: De forma que, de maneira que, de modo que, etc.

6 - Fiquei fora de "si". Os pronomes combinam entre si: Fiquei fora de mim.

/ Ele ficou fora de si. / Ficamos fora de nós. / Ficaram fora de si.

7 - Acredito "de" que. Não use o de antes de qualquer que: Acredito que, penso que, julgo que, disse que, revelou que, creio que, espero que, etc.

8 - Fale alto porque ele "houve" mal. A confusão está-se tornando muito comum. O certo é: Fale alto porque ele ouve mal. Houve é forma de haver: Houve muita chuva esta semana.

9 - Ela veio, "mais" você, não. É mas, conjunção, que indica ressalva, restrição: Ela veio, mas você, não.

10 - Fale sem "exitar". Escreva certo: hesitar. Veja outros erros de grafia e entre parênteses a forma correta: "areoporto" (aeroporto), "metereologia" (meteorologia), "deiche" (deixe), enchergar (enxergar), "exiga" (exija). E nunca troque menos por "menas", verdadeiro absurdo lingüístico.

Por: Manual de Redação Online do O Estado de S. Paulo.

Receita para manjar de escrever


Existe uma receita para se escrever na Web? Sim, existe. Para quem lê com pressa na tela. E quem hoje lê, tem pressa. Escrever assim é como fazer manjar. A receita é simples, rápida e barata. Mas adoça a vida de quem prova, e traz no nome a fama de iguaria indescritível. Escreva como quem prepara um manjar dos deuses. E sirva acompanhado do néctar da paixão.

A gostosa crônica, que se lê com o paladar, é um manjar das letras. Linguagem informal, frases curtas, parágrafos breves, uma séria conversa fiada. Quer escrever assim? Então comece untando a fôrma com metáforas cômicas. O humor é o atalho mais curto para o cérebro. Escreva para anistiar os gostos de forma ampla, geral e irrestrita. Diversifique seus temas, pois não há dois leitores iguais. Nem mesmo em um só leitor.

Manjar do assunto é condição de consistência para seu manjar. Se faltar, sobra o buraco da fôrma. Familiarizado, você brinca com as palavras, usa trocadilhos, evita polemizar mas não poetizar. Pois rimas ocultas estimulam os neurônios. São qual libélulas, graciosas sinapses em infindas células.

Abuse do corriqueiro e deixe os tecnicismos para terceiros. Crie um texto seminal, que invada o cérebro de seu leitor em busca do óvulo comum das emoções humanas. E o fertilize com uma mensagem que crie empatia. Seu leitor pensará que sua mensagem é de concepção familiar. Uma intrusa, porém amada. Que não se quer abortar.

Mas não se esqueça do relevante. Conhecimento, "pero no mucho", para evitar o fastio nauseabundo. Arrebate seu leitor da mesmice letárgica do vocabulário cotidiano, ousando alfinetar nele uma palavra pouco usual. Que exale um leve aroma de erudição e desperte um apetite mental de novas descobertas.

Seja sincero, seja simples. Mostre que não sabe tudo. Pois o aprender é uma experiência conjunta, e seu leitor é seu tutor. Chame-o de você, leve-o para viajar junto. Por uma senda tão dourada quanto a calda de ameixas que, preguiçosa, desliza por seu manjar. Irresistível. De dar água na boca. Se funciona? Pergunte à saliva.

Crie o suspense da próxima colherada. Termine um parágrafo com um desafio que o leve ao próximo. Algeme o leitor ao seu compasso, para não parar de ler. Seja dinâmico, tenha cadência, esbanje charme. Abuse dos verbos no presente para grudar sua atenção na ação. Ouse romper com regras gramaticais. Sem machucar a língua.

De vez em quando, derrame uma citação de adorno. Mas evite Benjamin Franklin, pai das frases órfãs. Na falta de um autor, costumam atribuir a ele. A justificativa, dos que lhe são íntimos, é que o raio que caiu em sua pipa fez Ben dizer tanta coisa, que pode ter dito aquilo também.

Use a Internet. Abuse do meio, mas não do fim. Não perturbe seu leitor com o inesperado inoportuno de uma intrusão bandida. Mas crie disseminadores para sua mensagem. Que a multipliquem. Para que o aroma de seu manjar chegue a quem chegar. Algo tão delicioso, que leve você a acreditar que todos irão pedir a receita.

Aconteceu comigo em uma casa-portuguesa-com-certeza. Branca, emoldurada em rua de amendoeiras em Loulé, sul de Portugal. Sentado à imaculada mesa de uma cozinha cirurgicamente limpa, senti derreter na boca o delicioso manjar branco de dona Isaura.

"Delicioso!", comentei, sacando do bolso caneta e agenda. Lembrava-me de algo que iria discutir na reunião em Lisboa no outro dia. Era escrever ou esquecer. Mas dona Isaura pensou que o assunto era o seu manjar. E começou a ditar: "Um litro de leite, oito colheres de açúcar...". Para não desapontá-la, anotei mecanicamente, enquanto me esquecia do compromisso.

Voltei ao Brasil com uma agenda de compromissos resolvidos e uma receita de manjar a resolver. O que nunca tentei. De nada adiantaria tentar a receita, se me faltava a mão de dona Isaura para transformá-la em manjar.

Mario Persona é consultor, escritor e palestrante. Esta crônica faz parte dos temas apresentados em suas palestras. Veja em www.mariopersona.com.br